ATLAS MORTGAGE

Crédito consolidado: alternativa viável face ao endividamento crescente das famílias?

23.07.2025
Literacia financeira: como utilizar o cartão de crédito

O endividamento crescente das famílias portuguesas é uma realidade preocupante. A falta de planeamento financeiro e o consumo impulsionado por pressões sociais e publicidade emocional contribuem para decisões que comprometem a estabilidade económica.

Num cenário onde o crédito é frequentemente utilizado para responder a necessidades e desejos, gerir as finanças com consciência é crucial. Muitos agregados acumulam créditos à habitação, automóvel, cartões e pessoais, com prestações difíceis de suportar. Em alguns casos, os créditos ao consumo ultrapassam os encargos com a casa.

Gerir dinheiro não exige formação técnica, mas sim disciplina. Perguntas simples como "Isto é realmente necessário?" ou "Tenho condições de pagar?" ajudam a evitar decisões por impulso. Distinguir entre necessidades (alimentação, saúde) e desejos (gadgets, moda) é essencial.

Neste contexto, o crédito consolidado surge como uma solução viável para quem pretende reorganizar a sua vida financeira. Ao juntar vários créditos num só, com uma prestação única, simplifica-se a gestão orçamental e, muitas vezes, reduz-se o valor mensal pago. Mas atenção: esta solução exige análise criteriosa.

Para além de avaliar a situação de incumprimento do cliente, que pode dificultar a aprovação, é essencial comparar a TAEG e o MTIC das propostas para perceber o custo real do novo crédito. Importa ainda analisar o prazo de pagamento, já que prestações mais baixas podem significar um prazo mais longo e, consequentemente, um custo total mais elevado. Acima de tudo, é necessário garantir uma mudança real nos hábitos financeiros, pois sem disciplina orçamental corre-se o risco de voltar a acumular dívidas.

Ao prolongar o prazo de pagamento de um crédito, o valor da prestação mensal diminui. Esta estratégia pode ser particularmente útil quando se procura aliviar o esforço financeiro mensal, mesmo que implique um custo total de crédito mais elevado ao longo do tempo.

Existe ainda a possibilidade de consolidar créditos ao consumo com crédito habitação, usando um imóvel como garantia. Esta modalidade, conhecida como crédito consolidado com hipoteca, pode permitir taxas mais baixas, prazos mais longos e maior montante financiado, mas implica o risco de perda do imóvel em caso de incumprimento.

É também fundamental analisar com atenção as condições do novo contrato: taxa de juro (fixa ou variável), comissões e encargos associados, existência de produtos adicionais obrigatórios como seguros, e o prazo total. O objetivo deve ser sempre garantir uma poupança real, e não apenas uma ilusão de alívio temporário.

Nem todas as instituições oferecem esta solução e muitas impõem restrições. Por isso, o apoio de um intermediário de crédito autorizado é fundamental. Este profissional irá analisar o perfil do cliente, comparar propostas de várias entidades, negociar condições e acompanhar todo o processo, desde a simulação até à assinatura do contrato.

Consolidar não é apenas baixar a prestação. É uma oportunidade de transformar a relação com o dinheiro: menos stress, mais controlo, mais liberdade para viver. E esse, é um caminho que vale a pena percorrer, com o apoio certo, no momento certo.
 

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